sábado, 31 de julho de 2010

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antónio feio era um bom actor, e encenador/autor, presumo. simpático.
mas - e eu sei que estas coisas não se dizem nestas horas - a sua morte está a ser notoriamente exagerada em termos de exposição mediática. há dois dias que é presença permanente nos noticiários de televisão, muitas vezes em abertura, outras com directos.
antónio feio era uma pessoa afável, presença frequente nos ecrãs, e isso explicará a coisa.
mas esta rendição mediática à sua morte revela muito dos nossos medos íntimos. do monstro que ainda não conseguimos vencer e que o venceu a ele.

1 comentário:

  1. Nem mais.
    E o silêncio também revela o mesmo, não duvides.
    Falando, exorcizam-se as perdas de quem já amámos e feneceu pela maleita (independentemente do órgão afectado de referência) - só eu conto uma dezena..., pensando bem, é obra.. :(
    Calando, embalam-se as memórias que sangram e nunca sararão.
    A saudade, percebes?
    A mágoa pela dor que viveram.
    Por tudo o que perderam, pelo facto de saberem do fim anunciado.
    Ele foi 'embaixador' do mal que o acometeu e lutou galhardamente, mostrando-nos esperança em cada dia conseguido e uma enorme tranquilidade (imaginamos que aparente, claro) naquele sorriso generoso.
    Porque para se sorrir quanto dentro de nós tudo se desmorona, é preciso ser-se mais do que excelente actor, é necessário possuir-se uma alma superior.
    Creio que ele estava noutra dimensão.
    Espero, desejo, que tenha sido abençoado.
    Que esteja bem.
    Merece-o.

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