sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

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idea pickin' 8

A verdade odeia demoras.

Séneca, que deu o mote ao Arts & Letters Daily, cujo fundador, Denis Dutton, acaba de morrer, como nos informa maradona (by the way, o site do aldaily é coisa de fazer inveja a qualquer um, a começar pelo design)

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

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canções para o resto da vida (46)



falta fazer a história cultural da viragem da década de 60 para a de 70 em portugal. apesar da ditadura, talvez por causa da primavera marcelista, os ecos da maior explosão criativa do século chegavam ao rectângulo. esta canção (poema de alexandre o'neill, música de alain oulmain, editada em 1969) é disso um excelente exemplo. uma pequena jóia.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

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Time it was, and what a time it was, it was
A time of innocence, a time of confidences
Long ago, it must be, I have a photograph
Preserve your memories, they're all that's left you



bom natal!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

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é a melhor revista do mundo. há muitos anos. tão boa que resiste à sua própria linha editorial...
a edição dupla de fim de ano é sempre um objecto de colecção. como sempre, o prazer da leitura começa no título: the joy of growing old. um título impossível há poucos anos e nisso está apenas uma pequena parte da graça.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

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wikileaks. as opiniões de um embaixador sobre portugal e os portugueses.

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pediram-lhe uma lista com os melhores do ano, mas você esteve tão ocupado nos últimos doze meses que nem se apercebeu que foram saindo umas coisas novas?
não há problema, é só seguir estes conselhos. também funciona com livros.

domingo, 19 de dezembro de 2010

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idea pickin' 8

A decomposição simbólica da música no interior do espaço televisivo é uma tendência cujo sinal mais ostensivo se pode encontrar na degradação, aparentemente irreversível, do conceito original da MTV: como é possível que o canal que nos anos 80 desempenhou um papel genuinamente renovador nos modos de ver/ouvir a música se tenha convertido às inanidades da reality TV e trate os jovens como meros consumidores sem imaginação?

João Lopes, sound + vision

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

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There are many roads to travel in approaching the songs of Bob Dylan — stirring songs of social injustice, of bittersweet transition, veiled remorse and mystical celebration. But sifting through his body of work to compose this playlist, I couldn't help but gravitate toward his love songs. There is hardly anyone who can rival him in the depth and breadth of his investigation and expression of love.
No words can express how it felt to bring home Blonde on Blonde in the summer of 1966, set the needle down on Side Four and hear the opening lines of "Sad-Eyed Lady of the Lowlands." Solomon had his song, but none other has matched this exquisite and lengthy aria for the emotions he conveyed and the beauty of his language. What is sadder than "One Too Many Mornings," more troubling than "Ballad in Plain D" or more poignant than "Love Minus Zero"? And from a female point of view, what testament is more breathtaking than the words, "Love you more than madness" in "Wedding Song"?
In 1995, my band toured with Bob Dylan along the East Coast. He relayed, through his people, that if I chose one of his songs, we could sing it together. All night long I contemplated what I should choose, and how I might sing it. I chose "Dark Eyes," a relatively obscure song with a lyric worthy of William Blake. Each night he would call me to the stage, and we sang it side by side, so close that at times beads of sweat dripped from his lashes to my cheek.
I have tried many times, without success, to write a song to Bob Dylan, to express my gratitude for all he has given us through his work. But perhaps, having been faithful in my own way, from afar since I was 16 years old, is song enough. [Rolling Stone, Dec 10]


  1. "One Too Many Mornings" 1964
  2. "Boots of Spanish Leather" 1964
  3. "Ballad in Plain D" 1964
  4. "Sad-Eyed Lady of the Lowlands" 1966
  5. "Love Minus Zero/No Limit" 1965
  6. "Spanish Is the Loving Tongue" 1973
  7. "Wedding Song" 1974
  8. "Dark Eyes" 1985
  9. "Like a Rolling Stone" 1965
  10. "Not Dark Yet" 1977
  11. "Isis" 1976
  12. "Dirge" 1974
  13. "She Belongs to Me" 1965
  14. "One of Us Must Know (Sooner or Later)" 1966
  15. "Visions of Johanna" 1966
  16. "Nettie Moore" 2006 

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

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inventário 2010 [j]

o acontecimento arqueológico nacional do ano foi a edição em cd da obra dos gac (grupo de acção cultural) vozes na luta, uma espécie de fp-25 da música. ouvir hoje estas canções chega a ser divertido. por exemplo, josé mário branco a zurzir no fado, ele que também ficará na história como um dos obreiros do renascimento desse género musical, especialmente pelo trabalho que tem feito com camané. e lembrar que alerta participou no festival da canção e poderia ter representado portugal na eurovisão!?



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inventário 2010 [i]

impossível fugir à evidência. high violet nem sequer é uma confirmação, é apenas mais do mesmo, sendo que o mesmo é muito bom. the national provam que - ah pois! - ainda há boas canções à espera de serem escritas.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

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procuro ao google o caminho para o dicionário porto editora e ele propõe-me logo as definições de amor e eloquente. pela via das dúvidas, alerta-me para o apesar, o inerente, o ratificar e, preocupante, o conluio.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

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inventário 2010 [h]

infinite arms é quase um disco pop. os band of horses relegam a barreira de guitarras para segundo plano e fazem coisas que parecem beach boys cruzados de eagles cruzados de crosby, stills e etc. ah, se a minha mãezinha soubesse que ando a ouvir bandas com homens de barba tão feia.



[vale a pena clicar no botão hd e deixar o youtube encher o ecrã de um céu e estrelas de maravilha]



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enrique, pai de estrella

[imagens do original de cohen sobre poema de lorca]

domingo, 12 de dezembro de 2010

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inventário 2010 [g]

lloyd cole é um caso muito nosso. o homem já devia ter dupla nacionalidade, que diabo. broken record é um disco que marca o regresso às canções luminosas. apesar de a primeira canção começar assim:

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[serviço público] chamo a vossa atenção para a um pedido feito num comentário a este post. obrigado.

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sabes que é natal


quando lisboa é invadida por meninas de lingerie vermelha em poses acrobáticas.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

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inventário 2010 [f]

os everything but the girl fizeram canções para apaixonados, depois fizeram música desnorteada, depois separaram-se. tracey thorn fez em 2010 um disco chamado love and its opposite, que é quase todo ele sobre o opposite. a mesma melancolia das grande canções de quando eram felizes.

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o wikileaks é terrorismo. ponto. o terrorismo não se discute.

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estava a ler um daqueles pros & cons sobre o ipad. coisa meramente lúdica - há um con absolutamente inultrapassável, como na fábula da raposa e das uvas verdes. as uvas, no caso: em abril, sai o ipad 2.
mas, enfim, uma conversa de chacha só para vos mostrar uma linda bolsa para o... ipad. que encontrei no site mais fabuloso/luxuoso de prendas que conheço, uma migração digital do how to spend it, o suplemento couché do ft.

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o guardian entrevistou david lynch e perguntou-lhe como se definiria em quatro palavras e três sinais de pontuação. a entrevista foi feita pelo twitter.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

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my beautiful dark twisted fantasy, de kanye west, é considerado o disco do ano pela rolling stone.
uma das canções, runaway, tem nove minutos no cd e 33 no youtube.
aos 4:32 ouve-se o seguinte:

first rule in this world, baby, don't pay attention to anything you see in the news.

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inventário 2010 [e]

acho que, no fundo, os walkmen fazem valsas para românticos desesperados (e parece-me que nem sequer estou a usar as palavras certas). isso, porém, não vem ao caso. interessa registar que o melhor disco destes nova-iorquinos saiu este ano e chama-se lisbon.

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coisas que não entendo. um ex-jogador de futebol, um idiota, portanto (se quiserem, um ex-idiota) tem uma ideia: ´bora, vamos todos levantar a massa que temos nos bancos. e a ideia corre mundo à boleia dos media. dá em nada, como se regista hiperbolicamente neste recorte do negócios online. o que ainda me espanta - e não devia, tanto e tão desmesurado é aquilo que tenho visto - é o gás que os media deram a um idiota com uma ideia idiota.

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09.10.40 - 08.12.80

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

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disse-me que devemos comer a cada refeição um pedaço de carne ou peixe do tamanho de um iphone. talvez com um pouco mais de altura.
não sei o que me espanta mais, se o universo metafórico das novas gerações, se a frugalidade alimentar.

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inventário 2010 [d]

gil scott-heron está no activo há mais de quatro décadas, com mais intermitências que música. apesar disso, i'm new here é quase a revelação de 2010. um disco de cortar a respiração do princípio ao fim.

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inventário 2010 [c]

do amor e dos dias talvez seja o melhor disco de camané.

sábado, 4 de dezembro de 2010

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[pôr-do-sol nos céus da ibéria. na semana passada.]

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inventário 2010 [b]

uma rádio que já não há tinha como slogan 'para uma imensa minoria'. a música dos beach house era suposto ser destinada a uma minoria, verdadeira. ao contrário do nome da banda, esta música nada tem de solar, é de uma beleza que pode entristecer. teen dream tornou-se estranhamente popular em alguns circuitos, mas não deve ter chegado aos tops. felizmente (e não me apetece explicar porquê).

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inventário 2010 [a]

the promise demonstra, again and again, a força criadora de bruce springsteen. extraordinário como um conjunto de canções escritas e gravadas na segunda metade da década de 70 chegam aos nossos dias como se tivessem nascido ontem, na mesma américa. como já nos vem habituando, a indústria musical transformou a coisa num acontecimento, havendo versões para todos os gostos e, especialmente, para todas as carteiras. darkness on the edge of town continua a ser uma das obras maiores do boss, mas agora passa a ser obrigatório associá-la a esta reedição remasterizada e muito, muito ampliada.

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cenas de cama. kate moss vale os dois ou três euros a mais da edição deluxe do novo disco de bryan ferry.

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a maldição usb. tenho em cima da mesa uma nikon, um blackberry e um hd toshiba. todos eles ligam ao portátil por um cabo usb. mas todos eles têm um terminal diferente - são necessários três cabos... e ainda vêm falar-me do admirável e funcional mundo das tecnologias...

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

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[lisboa, antes do frio.]

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

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sigo a rota dos sonhadores. viajo sem nunca sair do mesmo lugar. até já.

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idea pickin' 7

It's no longer a world where men have to be men. They have to find something else to be. What, they don't know.

William Leith, The Times, 27 Nov 10

domingo, 28 de novembro de 2010

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canções para o resto da vida (45)



filosofia barata? poesia de trazer por casa? as canções pop são um território ambíguo por natureza. mesmo na sua aparente simplicidade, ingenuidade ou seja lá o que for que as torna objectos de consumo fácil e efémero. tudo isto para vos apresentar uma canção dessas, cantada por um intérprete desses. uma canção sobre o elvis e mais uma data de coisas que estão lá para quem as queira ouvir.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

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uma novela portuguesa ganhou um prémio internacional.
coisas que tenho andado a perder:

terça-feira, 23 de novembro de 2010

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canções para o resto da vida (44)



(já) não há amores assim.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

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subestima-se frequentemente o veludo da voz entre os atributos femininos.

domingo, 21 de novembro de 2010

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josé e pilar. admirável.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

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[foto RS]

mick jagger com um fã, nos anos sessenta

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um amigo viu na televisão uma coisa chamada 'combate de blogues' e chegou-me com esta: 'é a geração wiki, debitam uma data de conceitos, sem perceberem verdadeiramente o que estão a dizer'. não vi, não sei.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

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canções para o resto da vida (43)

os beatles são o império romano da música pop-rock.
no apogeu, dominaram. impuseram modas, criaram uma indústria, moldaram o futuro.
após a queda, a influência perdurou. o seu latim ainda hoje é língua viva nas várias correntes da música que inventaram e que inventaram depois deles.

a chegada dos beatles ao itunes deixa roma já muito longe. tão longe como os romanos.
a desmaterialização da música, o regresso ao single, a dispersão por mil e um formatos, tudo isso passou ao lado dos beatles, devidamente encaixotados e selados à guarda de uns herdeiros que não souberam estar à altura dos acontecimentos. como muitos dos impérios que sucederam roma.

no itunes, uma pequeníssima geração vai, finalmente, poder comprar as canções dos beatles em formato digital e imaterial, mas especialmente em single, canção a canção, num regresso às origens. paradoxalmente, recriando aquilo que os beatles destruiram - a canção enquanto unidade, substuituida a meio da década de 60 pelo conceito do álbum.

mas nada disso é novo. nada disso surge ou é sequer potenciado pelos beatles. tudo já estava inventado antes de eles chegarem ao itunes.

neste novo mundo, roma parece já não contar, pelo menos nestas coisas tão aparentes. nas outras, nas profundas, ainda é o coração dos beatles que bate.



há uns meses, a rolling stone lançou uma edição especial sobre as melhores canções dos beatles. a day in the life ficou no topo. uma das vantagens da disponibilização da obra do quarteto no itunes é perceber, daqui a uns meses ou anos, qual ou quais as canções mais compradas, logo, as preferidas.

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after 'all' these years

terça-feira, 16 de novembro de 2010

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re: house in love

um fiasco, é verdade. o romance entre house e cuddy era fascinante enquanto impossibilidade, insinuação. explícito, como as cenas de sexo mecânico em que se nos apresentou, perdeu toda a força.
fica a incógnita: sobreviverá a personagem de house a um amor assim tão banal?

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

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outono radical
num hotel em paris, bruxelas?

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canções para o resto da vida (42)



se há canções a que regresso frequentemente mesmo sem as ouvir, esta é uma delas. a história está aqui.

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tripoli, um dia destes

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a sugestão, em papel couché, vinha na fs, edição do último sábado do diário económico. muito interessante. pena que a nova geração do ipod nano tenha este formato:

e isto, que parece uma coisa sem importância, levar-nos-ia muito longe.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

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idea pickin' 6

A democracia mediática é um quilo de mediático e um grama de democracia.
 
Thierry Garrel, fundador do canal ARTE, em entrevista ao Expresso (Atual, 6 Nov 10)

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

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ver de muito perto desfoca tanto como ver ao longe. e olhem que sei do que falo. uso bifocais.

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a câmera do blackberry é tão rasca que a pipoca e a bratz parecem estar num quadro pontilhista.

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idea pickin' 5

É peregrina esta ideia de que pode haver uma sociedade democrática sem comunicação ou mesmo que a comunicação prejudica a democracia. 

João Pinto e Castro, Jugular

domingo, 7 de novembro de 2010

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há uns dias, um blogue que desconhecia trouxe uma catrefa de gente bem intencionada a este cantinho.
hoje, passei por lá e reparei na coincidência: a canção do billy joel que anda por aí nos anúncios e que está em lista de espera para as canções do resto da vida (na verdade, tem de ser uma do joel, não necessariamente essa). ah, é verdade, era só para agradecer a gentileza.

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num breve surf pelos blogues domésticos, deparei-me hoje com um pingue-pongue que me interessou. até por uma questão aparentemente lateral, que nele não é abordada, mas que lhe está subjacente: a inexistência de jornalismo online em portugal.

sábado, 6 de novembro de 2010

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canções para o resto da vida (41)

songs from liquid days (1986), o disco para o qual philip glass convidou uma série de nomes da área pop/rock, foi um dos maiores murros no estômago que a música me meu. ainda no gira-discos, ouviu vezes sem fim os seis temas, com música de glass e letras de paul simon (como esta changing opinion), laurie anderson, david byrne e suzanne vega. glass ficou-me para o resto da vida, se bem que não seja fulano para se ouvir todos os dias. num registo mais puro, coloco glass works entre as minhas preferências, mas nada chega à sonoridade forte e colorida deste songs from liquid days.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

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lx, outubro em novembro

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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

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canções para o resto da vida (40)



a versão mais conhecida é a de dusty springfield, a partir de um original de burt bacharach e hal david. prefiro, não sei bem porquê e apesar de gostar em regra das canções de dusty, a versão dos white stripes (jack white é um dos génios das últimas décadas), acompanhada de kate moss no varão filmada por sofia coppola.

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e projectos para o futuro?

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

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hotel windows. bxl, hoje de manhã

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

terça-feira, 26 de outubro de 2010

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lx, há momentos

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

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canções para o resto da vida (39)

encontrei no câmara coporativa uma série que desconhecia.
a npr, rádio pública americana (vale a pena consultar aqui o capítulo referente ao financiamento...), tem um programa a que chama tiny desk concert (uma espécie de unplugged em miniatura), pelo qual passou uma das minhas mais recentes descobertas.
bill callahan é autor de um dos melhores discos de 2009 (ele já por aí andava sob a capa de um grupo chamado smog, do qual nunca tinha ouvido falar).
tudo isto para chamar a atenção para uma canção fabulosa: too many birds.

[a canção aparece aqui aos 11 minutos]

o original, já o tinha colocado, aqui, em agosto do ano passado.

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numa cidade desconhecida, viana do castelo, outubro 2010

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

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the best things in life are free. as mais acessíveis, no entanto, são a pagar.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

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canções para o resto da vida (38)

quase seis minutos. quase apenas a palavra love. war is not the answer, the answer is within you. só isto. como se a música nos pudesse salvar. a eternidade em seis minutos.

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idea pickin' 4

As famílias estão a mudar. Os familiares também.

Publicidade da Mercedes, páginas centrais do Público, 21 Out 10


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avisaram-me e confirmei. um idiota, mais um, mete-me em guerras alheias. já é azar. logo eu, que mudo de passeio mal vejo um idiota no horizonte.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

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idea pickin' 3

Beauty will save the world.

Lema da Above magazine, a partir de Fiódor Dostoiévski.
 

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idea pickin' 2

Tenho vivido tão acima dos meus rendimentos que posso dizer que estamos a viver separados.

William Cowper, poeta, citado pelo Jornal de Negócios

terça-feira, 19 de outubro de 2010

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tabloids do it better


[Metro Lisboa, 19 Out 10]

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idea pickin' 1

Mas não seria altura de algumas formas de jornalismo pararem para pensar, perguntando o que estão a fazer pela democracia?

João Lopes, Sound + Vision

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uma pena, esta canção não ser dos beatles.


segunda-feira, 18 de outubro de 2010

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é verdade.

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a rolling stone decidiu abrir um consultório sobre saúde. e não encontrou ninguém mais adequado que ozzy osbourne!!! strange times, indeed.

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colocar sal na carne, por exemplo. temperar, palavra belíssima.
comparamos as nossas façanhas de hoje com as trevas dos primitivos. puro engano.
o que é o blue ray em 3d, o que é o avião a jacto, o que é a tinta resistente aos fungos, perante o gesto simples, essencial, de temperar a carne?

domingo, 17 de outubro de 2010

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'If I Were A Song' trata de uma das perguntas que mais detesto que me façam: essa canção é sobre o quê? Uma canção não é acerca de coisa nenhuma, é uma coisa como isto [pega numa jarra], uma entidade. Uma entidade estranha, porque não é corpórea, não a podemos agarrar, mas pode ser escutada e encarada de várias formas.
Lloyd Cole, entrevista ao Expresso, 09.10.10

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EL GUINCHO | Bombay from MGdM | Marc Gómez del Moral on Vimeo.

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por exemplo, nos últimos dias, ficámos a saber, nós, os que lemos blogues, feicebuques e similares, que boa parte do país andava a ser alimentado a leite com chocolate embalado. e que talvez assistamos proximamente a uma ruptura cultural de monta: portugal vai descobrir, com espanto, a possibilidade de comprar leite e chocolate em pó e depois misturar tudo em casa. uma revolução, é o que é.

sábado, 16 de outubro de 2010

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esta foto é dos chatham county line, um grupo de bluegrass, fiel às raízes. instrumentos acústicos, harmonias vocais perfeitas.

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acho que ainda não vos tinha dito: este é um dos discos do ano.

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canções para o resto da vida (38)



a tsf tocava hoje o mercedes benz. talvez em intenção aos dias que correm.
essa não é, porém, 'a' canção de janis joplin. é esta:

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

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canções para o resto da vida (37)

dizem-me que tacones lejanos é o único filme de almodovar sem edição portuguesa. esta canção de luz casal integra a banda sonora de tacones. será uma banal canção de (des)amor. na voz de luz, nada é banal, tudo é 'ganas', drama de vida.

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tinha uma mão cheia de ditos espirituosos e piadas parvas envolvendo mineiros, televisões e e outras coisas terminadas em eiros. mas uma volta rápida pelo twitter e pelo facebook desanimou-me. o mundo está cheio de ditos espirituosos e piadas parvas.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

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wild is the wind nina simone, david bowie, cat power, caroline henderson, bon jovi... esperanza spalding

domingo, 10 de outubro de 2010

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Medina Carreira é assim uma espécie de filósofo Gil da Economia: reproduz com termos eruditos o que as peixeiras e os taxistas dizem, não pretendendo eu com isto desconsiderar ou denegrir tão nobres profissões com a comparação.
[aqui]

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isto, por exemplo.

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as coisas são o que são.
morreu solomon burke, viva solomon burke. e aloe blacc.
por exemplo, nesta fabulosa (coisa de luxo) reinvenção da femme fatale, dos velvet underground.
o resto do disco - good things (2010) - ainda é melhor.

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solomon burke era um tipo extraordinário, uma das maiores vozes da soul.
morreu hoje, no aeroporto de schiphol, um lugar idiota para se morrer.

(tinha por aqui uma canção do fulano, mas na net, ao contrário da vida, tudo se perde)

em julho, solomon esteve em cascais, com joss stone, e alguém colocou no youtube umas gravações sofríveis.
gosto particularmente desta - ele não canta, só ouve. e ouvir é uma arte maior.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

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1940-10-09


segunda-feira, 4 de outubro de 2010

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momentos de puro prazer



Hasta en sueños he creído tenerte devorándome
Y he mojado mis sabanas blancas recordándote
En mi cama nadie es como tu, no he podido encontrar ese ser
Que dibuje mi cuerpo en cada rincón, sin que sobre un pedazo de piel

domingo, 3 de outubro de 2010

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um poema de david mourão-ferreira para uma composição, já utilizada noutro fado, de alain oulman. do mais belo que se ouve por estes dias.



Tentei fugir da mancha mais escura
que existe no teu corpo, e desisti.
Era pior que a morte o que antevi:
era a dor de ficar sem sepultura.

Bebi entre os teus flancos a loucura
de não poder viver longe de ti:
és a sombra da casa onde nasci,
és a noite que à noite me procura.

Só por dentro de ti há corredores
e em quartos interiores o cheiro a fruta
que veste de frescura a escuridão...

Só por dentro de ti rebentam flores.
Só por dentro de ti a noite escuta
o que me sai, sem voz, do coração.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

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lisboa, texas

qual a melhor canção de lisbon, dos walkmen? eis uma bela one million dollar question. obviamente, os tempos nem sequer estão para isso e o melhor será não escolher. ou escolher a canção lisbon, ela mesmo. aqui acompanhada de umas alusivas (?) imagens de austin, texas. ele há com cada maluco.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

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camané, a guerra das rosas
manuela de freitas / josé mário branco
do amor e dos dias
2010

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

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[óptima sugestão de um(a) leitor(a). tks.]

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lost in station
qual foi mesmo a estação que começou um dia destes?

domingo, 26 de setembro de 2010

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um pequeno passo para a ciência, um grande passo para o politicamente correcto.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

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canções para o resto da vida (36)

a case of you. o título não é o que parece. ou não é só que parece. uma das mais belas canções de joni mitchell (blue, 1971). os dois primeiros versos são de arrepiar:

just before our love got lost you said
i am as constant as a northern star


esta versão é da voz mui segura de k.d.lang. prefiro-a à original. o timbre de joni mitchell naquele tempo, confesso, não é muito consensual. toda outra conversa.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

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lx windows, set. 10

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já o ouvi e vi em todas as rádios e televisões. apresentado, ora como sociólogo, ora como antropólogo.
fala sobre ciganos, mas fala como activista.
nada tenho contra os activistas. estava era convencido de que a sociologia e a antropologia são ciências sociais e não plataformas de intervenção.
andava enganado, claro.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

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Quelle chance! Se battre à coups d'envie, de passions contre les peurs et la résignation. Quoi de mieux qu'un journal pour affronter les choeurs du "c'etait mieux avant", les amis du politiquement correct et le storytelling des nouveaux beaufs.
[édito, les inrocks, 15 sep 10]

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

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a carreira de rui veloso está a ser celebrada por uma edição especial de discos. olhando para o material promocional - e não é das fotos das capas que falo -, confirmo uma percepção: poucos artistas envelheceram tão instantaneamente.

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domingo, 19 de setembro de 2010

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canções para o resto da vida (35)

os sétima legião, com os heróis do mar, foram uma das vias mais interessantes para a afirmação de um certo rock nacional com uma qualquer componente genética própria (curiosamente, indo beber aos celtas). ainda hoje, grupos como os golpes trilham os mesmos caminhos, o que merece alguma reflexão.
sete mares é uma canção extraordinariamente portuguesa, entre o fatalismo e a aventura. sebastianismo, portanto. e é uma das mais belas canções na nossa língua.



[este videoclip, digamos oficial, tem imagens da banda, mas igualmente de filmes a preto e branco da primeira metade do século XX. penso que há imagens de nazaré, terra de pescadores, de leitão de barros, e talvez de alexander nevsky, de eisenstein, ou de um filme de dreyer. se alguém puder elucidar-me, agradeço.]

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coisas das quais é difícil discordar

impor abandono da sesta é uma “tortura” praticada em muitos infantários.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

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ten decisions shape your life,
you'll be aware of 5 about,
7 ways to go through school,
either you're noticed or left out,
7 ways to get ahead,
7 reasons to drop out,
when i said ' I can see me in your eyes',
you said 'I can see you in my bed',
that's not just friendship that's romance too,
you like music we can dance to,

sit me down,
shut me up,
i'll calm down,
and i'll get along with you,

there is a time when we all fail,
some people take it pretty well,
some take it all out on themselves,
some they just take it out on friends,
oh everybody plays the game,
and if you don't you're called insane,

don't don't don't don't it's not safe no more,
i've got to see you one more time,
soon you were born,
in 1984,

sit me down,
shut me up,
i'll calm down,
and i'll get along with you,

everybody was well dressed,
and everybody was a mess,
6 things without fail you must do,
so that your woman loves just you,
oh all the girls played mental games,
and all the guys were dressed the same,

why not try it all,
if you only remember it once,
oooh ooooooh,

sit me down,
shut me up,
i'll calm down,
and i'll get along with you,

(okay one more time)

[i'll try anything once, the strokes, somewhere, sofia coppola]

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somos desaconselhados de ir a um festival de cinema gay porque ele é apoiado por um país que chateia outro. esperemos que o festival não seja apoiado por uma marca de hamburgueres, porque isso porá certamente em causa os direitos dos vegetarianos. ou que não tenha o patrocínio de uma marca de roupa, porque, como sabemos, os têxteis são todos oriundos de países com mão de obra infantil e escrava.

eu não vou ao festival de cinema gay simplesmente porque ele é profudamente discriminatório - ostraciza, elimina, ignora o cinema hetero.

mas chateia-me cada vez mais ser policiado nas minhas convicções, ou falta delas, o que é pior, a cada passo que dou. e chateia-me que minorias ou maiorias, tanto me faz, queiram fazer da sua felicidade o meu inferno quotidiano.

e só não me chateio mais - não sendo mais consequente - porque muito sinceramente não os levo a eles, imensas minorias, ou a eles, maiorias ululantes, muito ou pouco a sério.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

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les inrockuptibles, um dos projectos editoriais mais interessantes dos últimos anos, decidiu "mudar de fórmula". o primeiro número deste novo conceito é prometedor, embora fique sempre de pé atrás quando a imprensa inventa "novas fórmulas" - é geralmente sinal de crise. por exemplo, o site é muito bom, mas onde está a publicidade para o viabilizar?

terça-feira, 14 de setembro de 2010

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há 24 horas que, a todas as horas, isto está a passar na televisão.

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alertado pela shysnogud, fui ler:

Como ficou, todo estampado de costas, o atrelado tombado de lado na encosta, carga espalhada e os 12 rodados indignamente virados ao ar, o grande Scania R440, um muito possante semi-reboque, vermelho vivo, novo, parecia um Transformer que correu horrivelmente mal. Bastava ver-lhe a cara que é a sua cabina - pareceu ter levado um soco do céu: testa de vidro partida, grelha metida pelas fuças adentro, todo amarrotado como papel, um sem-número de fios e mecânicas vísceras, a escorrer, à mostra de todos. Metia dó, como um escaravelho que capota e não se pode levantar. Mas, mais do que isso, metia medo.
[in JN, 14 Set. 10]

domingo, 12 de setembro de 2010

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este filme recorda-me novamente: preciso de aprender a nadar.

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canções para o resto da vida (34)

voltei a ouvir os led zeppelin, não é coisa que se ouça todos os dias. queria perceber. quando os da minha geração me falam de alguns grupos mais pesados - 'vêm a lisboa, vais ver? - costumo responder: 'fiquei nos led zeppelin'. é coisa de velho, de no meu tempo é que era bom e os led zeppelin nem sequer são do meu tempo o que torna a coisa mais complicada. mas reouvi e ganhei confiança. falta dizer por que me lembrei desta malta precisamente agora. robert plant acaba de lançar um novo disco, muito bom, depois do fabuloso raising sand, com alison krauss.


sábado, 11 de setembro de 2010

terça-feira, 7 de setembro de 2010

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a família é uma das realidades mais incómodos da idade contemporânea. é à volta dela que se geram as maiores tensões das nossas vidas. gregários que somos, não conseguimos viver sem ela. mas livres como nunca, é contra ela que acabamos por construir as nossas vidas. dizer que estamos todos mais sós é uma banalidade, não menos verdadeira por ser repetida.
digo incómoda, pesando as palavras. olho à minha volta e quase todos fogem da família, sabendo ou ignorando, tanto faz, que se trata se uma fuga ilusória.
no final, e isso dói, fugimos do conforto da família para acabarmos, mais tarde ou mais cedo, chamados pelo desconforto da família. é um destino, este o nosso do novo milénio, de abdicarmos do conforto e não podermos (ainda, talvez) fugir ou recusar o desconforto.

o primeiro disco a solo de philip selway, baterista dos radiohead, chama-se familial e tem canções bonitas assim:



Above the traffic noise and fights
Can you hear me?
I'm standing right next to you
As the crowds pour out on a cold, cold night
There's a place we can go
There's a place we both can hide
And we'll stay quite still
We won't make a sound
We'll turn out the lights
We'll turn out the lights
Then we'll leave and disappear into the night
We'll turn out the lights
We just want a simple life
We'll turn out the lights
Please turn out the lights

On down the road, we walk alone
Can you see me?
I'm scared that I'm losing you
As the crowds press on through the cold cold night
There's a place we can go
There's a place where we both can hide
And we'll stay quite still
We won't make a sound
We'll turn out the lights
We'll turn out the lights
Then we'll leave and disappear into the night
We'll turn out the lights
We just want a simple life
We'll turn out the lights
Please turn out the lights

All the vows we made, I'd make them all again
I gave my promise and the life we had is sacred
I wouldn't lie to you, I could not lie to you
Turn it up, we'll leave the noise behind
So turn out the lights
Please turn out the lights