domingo, 16 de novembro de 2008

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Correio da Manhã - Alguns dos seus maiores críticos, dentro e fora do PS, são pessoas de esquerda ou partidos de esquerda. E os sindicatos que são normalmente ligados à esquerda ou a partidos políticos de esquerda. A senhora ministra é uma mulher de esquerda? Porque é tão atacada pela esquerda inteira, até a esquerda do PS, que é uma pergunta importante: considera-se uma mulher de esquerda?
Maria de Lurdes Rodrigues - Considero e acho que há a esquerda da retórica e a esquerda da acção.
Correio da Manhã - A esquerda da retórica é a que está neste momento a criticá-la?
Maria de Lurdes Rodrigues - Eu vejo discursos em defesa da escola pública e depois leio que são um conjunto de adjectivos, de ideias, nada de factos, que ignoram aquilo que se está a fazer em defesa da escola pública. Por exemplo, a escola pública é um tema que mobiliza muito a esquerda.
Correio da Manhã - Sim, sim.
Maria de Lurdes Rodrigues - Valorizar a escola pública. O que é que significa para esta esquerda que critica a escola a tempo inteiro, o alargamento da acção social escolar, refeições para todas as crianças do 1 º ciclo, transporte escolar, cursos profissionais em todas as escolas públicas, inglês para as crianças do 1 º ciclo, computadores individuais para os meninos do 1 º ciclo. O que é que isto significa? Nada. Nem uma palavra. E, portanto, eu acho que é uma esquerda que não apenas é a esquerda dos adjectivos, não sei exprimir de outra forma, como está capturada de uma visão que reduz a escola pública e a educação ao problema da condição dos professores. Estou a dizer-lhe com toda a sinceridade.

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