quinta-feira, 9 de outubro de 2008

...

Sobre o casamento entre homossexuais
1. Todos poderemos, ou não, ter opinião. É bom que os partidos políticos a tenham, na medida em que, tratando-se de uma matéria que, no plano individual, é da esfera íntima de cada um, no plano colectivo, depende da regulação do Estado.
2. Independentemente do que pensa o PS sobre o assunto (programa eleitoral, programa de Governo, etc...) parece-me evidente que os socialistas não devem apoiar as iniciativas legislativas do BE e dos Verdes que em breve serão votadas.
3. Estamos a falar de política. O BE e os Verdes, juntos, representam a mais infíma da parcela dos eleitores portugueses (na verdade, os Verdes não representam coisa nenhuma, na medida em que nunca se submeteram a eleições enquanto partido).
4. A iniciativa do Bloco de Esquerda foi entregue no Parlamento em Fevereiro de 2006. E só agora, quase três anos depois (!), foi agendada para debate e votação. A um ano de eleições. Quando dizem que o PS já está em campanha eleitoral...
5. O PS representa mais de 50 por cento dos eleitores portugueses e não pode, nem deve, ficar preso da agenda de um grupo minoritário. Ainda para mais quando essa agenda tem um carácter claramente chantagista.
6. Quer isto dizer que o PS deve rejeitar toda e qualquer proposta apresentada, por exemplo, pelos Verdes e pelo Bloco? Sim, claramente. A irresponsabilidade política demonstrada pelos partidos à esquerda do PS, nomeadamente nas questões sociais e económicas, sempre que o PS está no poder, não consente qualquer ponto de entendimento.
7. Nada do que por aí se debate, evidentemente, tem a ver com a questão de fundo - o casamento entre homossexuais - mas antes com a capacidade de dominar a agenda, ganhar influência política, condicionar o adversário.

1 comentário:

  1. Quer isto dizer que a política em Portugal é uma treta?
    ... assim, realmente, não se anda para a frente ...

    ResponderEliminar